[blog] “Silicon Cowboys”, a história da Compaq

Nesta semana assisti ao documentário (disponível no Netflix) “Silicon Cowboys” que conta a história da fundação da Compaq. A Compaq parece ser uma história de sucesso que juntou algum brilhantismo técnico com um gerenciamento todo brilhante.Não era sobre criarmos um computador ou ficarmos ricos. Era sobre criarmos uma empresa boa para se trabalhar” disse Rod, um dos cabeças da companhia.

Oriundos da Texas Instruments – Rod Canion, Bill Murto e Jim Harris – pediram demissão para fundarem sua própria empresa. Detalhe: eles não sabiam o que seria. Após cogitarem até um restaurante de comida mexicana, Rod Canion vislumbrou a ideia de um computador pessoal compatível com o IBM PC, mas que fosse portátil. Ao que parece ele percebeu, e o mercado definiu a portabilidade como uma característica necessária para a computação pessoal. Não preciso dizer aonde chegamos.

O ‘pulo do gato’ da companhia se deu quando a IBM resolveu entrar no segmentado e incipiente mercado de computadores pessoais. Para isso lançou mão de um projeto feito todo com componentes OEM, com um microprocessador 8088 da Intel e o sistema operacional vindo da Microsoft (PC-DOS). Se a os componentes eram todos OEM, o clone do hardware era fácil. Mas eles precisavam de um software básico (sistema operacional) idêntico para a compatibilidade completa. Para isso fizeram uma engenharia reversa, num processo muito parecido com o qual a brasileira UNITRON clonou um Macintosh Fat Mac, também em meados dos anos 80, durante a reserva de mercado no Brasil. A partir daí, o feito atingido na época foi como desbancar o Google.

A Compaq é responsável pelo fato de não falarmos MAC ou IBM hoje, e sim MAC ou PC. Quantas vezes uma boa ideia tem as condições necessárias para mudar a história assim?